Monday, February 13, 2023

ORIENTAÇÃO SOBRE AS REVELAÇOES ESPIRITUAIS ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

O interesse pelos assuntos relacionados aos temas espiritualistas transformou o mercado do livro em algo extremamente rentável quando bem administrado. Somente na área espírita mais de seis centenas de editoras. Esbarram, porém, na questão da distribuição. Os que dominam conhecimentos mercadológicos são poucos, transformando inúmeros títulos em publicações de uma, no máximo duas edições, oferecidos geralmente a amigos e conhecidos, fadados ao esquecimento e desaparecimento. Na verdadeira avalanche de obras editadas, observa-se pouca preocupação com o aspecto qualidade doutrinária, apesar do esmero gráfico com que chegam às prateleiras de livrarias, displays de Shoppings, lojas de autosserviço, paginas de catálogos. Atraem, muitas vezes, pelas inusitadas novidades de que se fazem veículo. Deparando-se com o problema já na fase inicial do Espiritismo, Allan Kardec analisou, de forma isenta e sóbria, o assunto. Atendia nas páginas da REVISTA ESPÍRITA, de abril de 1860, a consulta a respeito de artigo apreciando opiniões de certos Espíritos através de médiuns desconhecidos uns dos outros a respeito da Formação da Terra, expressa em edição anterior. Em suas considerações, escreveu Kardec: -“Os Espíritos tem duas maneiras de instruir os homens. Podem fazê-lo tanto se comunicando diretamente, o que ocorreu em todos os tempos, como o provam todas as histórias sagradas e profanas, quanto se encarnando entre eles, para o desempenho das missões de progresso. Tais são esses homens de Bem e geniais, que aparecem de tempos em tempos, como fachos para a Humanidade, fazendo-a avançar alguns passos. Vede o que acontece, quando esses mesmos homens vem através da Era propícia para as ideias que devem espalhar: são desconhecidos em vida, mas seu ensino não se perde. Depositado nos arquivos do mundo, como precioso grão de reserva, um belo dia sai do pó, no momento em que pode frutificar. Desde então se compreende que, se não tiver chegado o tempo necessário para disseminar certas ideias, será em vão que interrogaremos os Espíritos: eles não podem dizer senão o que lhes é permitido. Há, porém, outra razão, que compreendem perfeitamente todos os que têm alguma experiência do mundo espiritual. Não basta ser Espírito para possuir a Ciência universal, pois assim a morte nos faria quase iguais a Deus. Aliás, o simples bom senso se recusa a admitir que o Espírito de um selvagem, de um ignorante ou de um malvado, desde que separado da matéria, esteja no nível do cientista ou do homem de Bem. Isso não seria racional. Há, pois, Espíritos adiantados, e outros mais ou menos atrasados, que devem superar várias etapas, passar por numerosas peneiras antes de se despojarem de todas as imperfeições. Disso resulta que, no mundo dos Espíritos, são encontradas todas as variedades morais e intelectuais existentes entre os homens e outras mais. Ora, a experiência prova que os maus se comunicam tanto quanto os bons. Os que são francamente maus, são facilmente reconhecíveis; mas há também os meio sábios, falsos sábios presunçosos, sistemáticos e até hipócritas. Estes são os mais perigosos, porque transparecem uma aparência séria, de ciência e de sabedoria, em favor da qual proclamam, em meio a algumas verdades e boas máximas, as mais absurdas coisas. E para melhor enganar, não receiam enfeitar-se com os mais respeitáveis nomes. Separar o verdadeiro do falso, descobrir a trapaça oculta numa cascata de palavras bonitas, desmascarar os impostores, eis, sem contradita, uma das maiores dificuldades da ciência espírita. Para superá-la, faz-se necessária uma longa experiência, conhecer todas as sutilezas de que são capazes os Espíritos de baixa classe, ter muita prudência, ver as coisas com o mais imperturbável sangue frio, e guardar-se principalmente contra o entusiasmo que cega. Com o hábito e um pouco de tato chega se facilmente a ver a ponta da orelha, mesmo sob a ênfase da mais pretensiosa linguagem. Mas infeliz do médium que se julga infalível, que se ilude com as comunicações que recebe: o Espírito que o domina pode fasciná-lo a ponto de fazê-lo achar sublime aquilo que, por vezes, é apenas absurdo e salta aos olhos de todos, menos os seus (...). Temos muitos motivos para não aceitar levianamente todas as teorias dadas pelos Espíritos. Quando surge uma, fechamo-nos no papel de observador. Fazemos abstração de sua origem espiritual, sem nos deixar ofuscar pelo brilho de nomes pomposos. Examinamo-la como se emanasse de um simples mortal e vemos se é racional, se dá conta de tudo, se resolve todas as dificuldades. Foi assim que procedemos com a doutrina da reencarnação, que não adotamos, embora vinda dos Espíritos, senão depois de havermos reconhecido que ela só e só ela, podia resolver aquilo que nenhuma filosofia jamais havia resolvido”. 




Gostaria de saber o que faz uma pessoa chegar à conclusão de que Deus não existe. (Nelson Carvalho)


Interessante sua colocação para uma reflexão mais cuidadosa. Entretanto, não podemos esquecer que devemos respeitar todas as opiniões sinceras, da mesma forma que fazemos questão de que a nossa também seja respeitada. Mas - aqui entre nós - consideramos que a visão ateísta e materialista da vida é profundamente prejudicial ao homem, embora não podemos deixar de reconhecer que o fanatismo religioso é tão ou mais prejudicial que o ateísmo, pelo mal que ele veio causando à humanidade ao longo dos séculos.


Há quem diga que o ateísmo é produto do orgulho do homem, pois, à medida em que o homem vai descobrindo novas verdades sobre o mundo, ele vai se convencendo de que pode explicar tudo, sem necessidade da idéia de Deus. Aliás, quem disse isso foi um astrônomo francês, Laplace, há cerca de 2 séculos, quando apresentou a Napoleão uma explicação sobre o movimento dos astros. Laplace quis dizer que não precisava apelar para Deus para explicar as leis que regem os movimentos dos planetas.


No passado remoto, a explicação dos fenômenos naturais terminava ao se atribuir a Deus aquilo que o homem não conseguia explicar. Um exemplo típico, disso que estamos falando, é o “arco-iris” que, segundo a Bíblia, foi a forma como Deus selou pacto que fez com o homem. No passado da humanidade, o “arco-iris”, pela sua beleza e singularidade, era visto como uma manifestação divina, assim como os cometas, os meteoros, a chuva, o sol, a lua, as enchentes, a seca, as doenças e todos os fenômenos da natureza. Com o tempo, a ciência foi estudando cada um desses fenômenos, dando-lhes uma explicação natural, e Deus foi sendo descartado, pouco a pouco.


A Doutrina Espírita, no entanto, considera que, por mais que o homem consiga explicar os fenômenos naturais ( e isto ele está conseguindo fazer, cada vez, com mais perfeição), ele não tem como explicar a origem das leis que regem esses fenômenos, ou seja, por que essas leis existem e de onde elas vieram – ou seja, o que lhes deu causa e porquê. É justamente na origem das leis que vamos encontrar a ação de uma “inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”. E dizem os Espíritos: “Deus governa o mundo através de suas leis”. Daí a frase de Jesus, referindo-se à Lei de Causa e Efeito: “não cai uma folha de uma árvore, sem que Deus o saiba”.


Mas, o maior inimigo da religião – por incrível possas parecer - são os próprios religiosos, que ainda não souberam trazê-la ao pensamento racional. Na maior parte das vezes, os dogmas religiosos ( considerados intocáveis, indiscutíveis), além de não apresentarem uma explicação lógica e convincente da verdade, ainda são os mesmos, desde a antiguidade, enquanto que a ciência se renova dia-a-dia. Além do mais, os absurdos e as barbáries cometidos em nome de Deus, ao longo da História, que fizeram centenas de milhares de vítimas, só vieram depor contra a religião e, dificilmente, são reconhecidos, contrariando tanto o aspecto da ciência, como os princípios de ética e moralidade.


Muitos são ateus, porque estão inconformados e revoltados com os próprios atos da religião. Acreditamos que muitos homens de ciência, hoje, que se voltam contra a idéia de Deus e que pregam abertamente o ateísmo, são reencarnações daqueles mesmos que, ao longo dos séculos, foram vítimas da intolerância e da perseguição religiosa.


Friday, February 10, 2023

DUZENTOS ANOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Na edição de fevereiro de 1860 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec incluiu interessante matéria descrevendo pesquisa desenvolvida ao longo de um mês sobre um fato reportado por um correspondente da cidade de Castelnaudary, uma comunidade situada no departamento de Aude, região de Languedoc Roussilon, interior da França. Envolvia pequena casa, em que havia ruídos estranhos e diversas manifestações que levavam a considera-la como assombrada. Por isso, foi exorcizada em 1848 e nela colocaram grande número de imagens de santos. Querendo habitá-la, o proprietário mandou fazer reparos e retirar as gravuras. Depois de alguns anos, ali morreu subitamente. Seu filho, que a ocupou por algum tempo, certo dia, ao entrar num quarto, recebeu forte bofetada de mão invisível. Como estivesse absolutamente só, não duvidou que ela viesse de fonte oculta. Há na região a lenda de um grande crime ocorrido na dita casa. De posse de tais dados, Kardec interrogou o dirigente espiritual das reuniões da Sociedade Espírita de Paris e, obtendo resposta favorável, na reunião de 9 de dezembro de 1859, iniciou tal trabalho. O Espírito chamado, se manifestou por sinais de violência; percebida na extrema agitação de que foi tomado o médium, que quebrou sete ou oito lápis, lançando alguns sobre os assistentes, rasgou uma página, que cobriu de traços sem sentido, feitos com cólera. Foram impotentes os esforços para acalmá-lo; premido a responder perguntas, escreveu com a maior dificuldade um não quase indecifrável. Questionado o dirigente espiritual, informou “ser um Espírito da pior espécie, obrigado a comparecer à reunião, mas não foi possível obriga-lo a escrever, apesar de tudo que lhe foi dito, visto ter seu livre arbítrio, do qual, infeliz, faz triste uso”. Disse também “ser autor do crime referido na lenda da região; que descobririam quem foi; que os exorcismos não o afastaram da moradia; que participou da morte do Sr. D; ter sido o autor da bofetada no filho do Sr. D; não ter sido permitido que repetisse o gesto contra os membros da reunião em que estavam; que oração seria o recurso eficaz para afastá-lo da casa; mas oração feita pelos interessados e não por terceiros; que ele era suscetível de melhora como qualquer um, embora fosse necessário enfrentar dificuldades; que por mais perverso fosse, o bem em retribuição ao mal acabaria por tocá-lo”.Uma médium vidente presente a sessão viu esse Espírito no momento em que queriam que escrevesse: sacudia o braço do médium; seu aspecto era aterrador; vestindo uma camisa coberta de sangue portando um punhal. Dois outros participantes começaram desde aquela noite, a orar pelo infeliz Espírito, obtendo várias comunicações, bem como de suas vítimas. Tais manifestações somadas à outras obtidas na Sociedade Espírita de Paris, em intervalos diversos, se desenvolveram ao longo de um mês, em dez reuniões, perfazendo 126 perguntas entre as respondidas pelo tal Espírito, e os demais envolvidos na dramática história, comentadas algumas partes pelo dirigente espiritual das reuniões, outras pelo próprio Allan Kardec. Tudo começou em 6 de maio de 1608, portanto, duzentos anos antes, quando ele Charles Dupont, por suspeitar que seu irmão mais velho, Pierre, cortejasse uma mulher de quem ele gostava, o apunhalou no meio da noite, enquanto dormia, ferindo-o na garganta, depois no coração, e, embora acordando, querendo luta, não teve forças para tal. Ninguém foi acusado por sua morte, pois naquele tempo, prestava-se pouca atenção a essas coisas. A mulher, Marguerite Aeder, por sua vez, casou-se com Charles que, cinco anos depois, frustrado em seu amor, também assassinou no dia 3 de maio de 1610. Por fim, manifestou-se o Sr. D, que deu detalhes da sua morte, após avistar o Espírito de Charles ao adentrar a casa certo dia. Atendendo a recomendação do dirigente espiritual dos trabalhos, um mês depois, no dia 13 de janeiro, foi novamente evocado, revelando uma substancial mudança em suas ideias e comportamento. Terminando Kardec observa que “tal evocação não fora casual. Como devia ser útil a esse infeliz, os Espíritos que velavam por ele, vendo que começava a compreender a enormidade de seus crimes, julgaram chegado o momento de lhe prestas socorro eficaz, e então, o trouxera às circunstâncias propícias, fato, por sinal, muitas vezes repetido”. Finaliza dizendo: -“A propósito, perguntam o que teria sido dele, se não tivéssemos podido evocá-lo, como de todos os Espíritos sofredores que também, não o podem ser, e nos quais não se pensa. A resposta é que as vias de Deus são inumeráveis para a salvação das criaturas.. A evocação pode ser um meio de as assistir, mas, certo, não é o único. E Deus não deixa ninguém esquecido. Alias, as preces coletivas devem ter influências parcial sobre os Espíritos acessíveis ao arrependimento”.




Dizem que o Espiritismo não tem imagem, mas a gente sempre vê imagens de Jesus em livros, folhetos e cartazes espíritas.... (comentário de uma pessoa, quando recebeu uma mensagem espírita alusiva ao Natal.)


De fato, na prática espírita, não se utilizam rituais, imagens, roupas especiais, rezas ou cantos. Já dissemos, em várias ocasiões, que a única prática religiosa do Espiritismo é a prece – e a prece é livre, não tem fórmula; pode ser feita em qualquer circunstância, tempo ou lugar, como Jesus ensinou. No centro – lugar onde os espíritas costumam se reunir – fazemos preces, até conjuntas, mas em silêncio. As preces nunca são recitadas ou cantadas. Geralmente, é o dirigente da reunião que profere uma prece em voz alta ( de preferência, uma prece improvisada, não decorada) e os demais presentes a acompanham apenas em pensamento – ou seja, sem repetir o que está ouvindo.


Por que tomamos esse cuidado? Para que a prece não se torne mecânica, pois, quando a prece é apenas repetição ou rotina, as pessoas a recitam mecanicamente, sem prestar atenção e sem sentir o que estão dizendo. O objetivo é fazer com que todos se concentrem no sentido da oração. Não deve haver imagens ou fotografias, ou qualquer cartaz ou figura, que desviem a concentração, razão pela qual é sempre recomendável que, durante a prece, as pessoas fechem os olhos para evitar qualquer estímulo visual do ambiente. Os Espíritos sempre disseram a Kardec, valorizando a recomendação de Jesus, que o pensamento é tudo.


Entretanto, muitas vezes, na produção de cartazes ou folhetos, os grupos espíritas costumam colocar a figura de Jesus, de Kardec ou outro representante espírita. Mas isso apenas como ilustração, não como motivo de adoração. Isso se dá porque as diversas figuras de Jesus, criadas por artistas da Renascença, correram mundo, principalmente através da Igreja, e são muito conhecidas do publico em geral. De fato, elas podem servir para despertar a atenção e o sentimento dos leitores, mas apenas como lembrança, jamais como objeto de adoração. Não vemos como isso possa contradizer os princípios espíritas.















Thursday, February 2, 2023

OBSESSÃO - ÁREAS DE CONTÁGIO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Quando Allan Kardec ouviu do Espírito da Verdade na resposta à questão 459 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS que a “influência dos desencarnados sobre nossos pensamentos e atos é muito maior que imaginamos e invariavelmente são eles que nos conduzem”, dava importante passo para concluir ser isso possível pela condição de médium ser inerente à condição humana, manifestando-se de forma ostensiva ou mantendo-se latente, por vezes, por uma existência inteira. Hoje, se sabe que essa percepção, conforme dito pelos Espíritos é possível graças a uma das funções da epífise, uma diminuta glândula situada internamente no centro de nossa cabeça, conhecimento, por sinal, de domínio de escolas religiosas do passado, como as da Índia, do Egito ou da África. Kardec associando a revelação às evidências observadas, apresenta n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, a obsessão definida por ele como a influência maior ou menor dos Espíritos desencarnados sobre nossa Dimensão, o que explica inúmeros registros até então incompreensíveis feitos ao longo da história da Humanidade. Na referida obra, encontramos uma classificação genérica sobre os tipos de obsessão, observadas em três níveis os quais abrangem uma infinidade de comportamentos individuais ou coletivos: obsessão simples, fascinação ou subjugação (chamada possessão em algumas manifestações religiosas). Embora a fascinação e a subjugação possam ser a justificativa de inúmeros atos socialmente inexplicáveis na atualidade, como suicídios, homicídios, radicalismos ideológicos - político e religiosos -, a obsessão simples é a mais comum produzindo vítimas a todo momento pela vulnerabilidade mento/emocional das pessoas, distanciadas da imunidade resultante dos pensamentos equilibrados pela ligação com propostas filosófico/religiosas mais espiritualizadas. Espiritualidade hoje é definida como um clima resultante de esforços e ações no nosso mundo interior almejando a conquista e preservação do equilíbrio. A exposição à vivência predominantemente do nosso lado sensorial no liga às influências de inteligências afins com a mesma busca. Alertam algumas obras ilustradas do Espírito André Luiz, existirem algumas áreas ou formas de contágio, não imaginados pela maioria das pessoas. Alinhamos a seguir, as principais: 1 - RUA - É repositório de vibrações antagônicas, em meio de sombrios materiais psíquicos e perigosas bactérias de variada procedência, em vista da maioria dos transeuntes lançar em circulação, não só as colônias de micróbios diversos, mas também os maus pensamentos de toda ordem”. 2 - AMBIENTES - Doméstico - “Os quadros de viciação mental, ignorância e sofrimento nos lares sem equilíbrio religioso, são muito grandes. Onde não existe organização espiritual, não há defesas de paz de espírito. Isto é intuitivo para todos os que estimem o reto pensamento”. “Os que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantém ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico”. “Os viciados nas sensações fisiológicas encontram nos elementos desintegrados pelo cozimento, o mesmo sabor que experimentavam quando em uso do envoltório carnal, já que mais de setenta porcento da alimentação comum, o encarnado capta pelos condutos respiratórios”. Casas Noturnas - “O ambiente sufocava. Desagradáveis emanações se faziam cada vez mais espessas, à medida que avançávamos. No salão principal do edifício, onde abundavam extravagantes adornos, algumas dezenas de pares dançavam, tendo as mentes absorvidas nas baixas vibrações que a atmosfera vigorosamente insuflava (...). A multidão de entidades conturbadas e viciosas que aí se movia era enorme. Os dançarinos, não bailavam sós, mas, inconscientemente, correspondiam, no ritmo açodado da musica inferior, a ridículos gestos dos companheiros irresponsáveis que lhes eram invisíveis”. 3 - Sono físico - “A determinadas horas da noite, três quartas partes da população de cada um dos hemisférios da Crosta Terrestre, se acham nas zonas de contato com o Plano Espiritual e a maior percentagem desses semi libertos do corpo, pela influência natural do sono, permanecem detidos nos círculos de baixa vibração. Neles, muitas vezes, se forjam dolorosos dramas que se desenrolam nos campos da carne. Grandes crimes tem nestes sítios as respectivas nascentes e, não fosse o trabalho ativo e constante dos Espíritos protetores que se desvelam pelos homens no labor sacrificial da caridade oculta e da educação perseverante, sob a égide do Cristo, acontecimentos mais trágicos estarreceriam as criaturas”. “Através das correntes magnéticas suscetíveis de movimentação, quando se efetua o sono dos encarnados, são mantidas obsessões inferiores, perseguições permanentes, explorações psíquicas de baixa classe, vampirismo destruidor, tentações diversas”. “Muitas vezes, a mente obsidiada arquiva ordens e avisos do obsessor durante o sono habitual, quando liberamos os próprios reflexos, sem o controle da nossa consciência de limiar, ordens e avisos que a pessoa obsessa atende, de modo quase imediato..

Quando eu era criança meus pais me ensinaram a seguir os princípios da Igreja, mas no começo era apenas fé, depois veio a dúvida e por último a descrença. Tenho várias dúvidas sobre o que a religião ensina e uma que me chamou atenção foi sobre a ressurreição da carne, porque não posso compreender que, na era científica em que estamoos, isso seja possível de conceber, embora a Bíblia fale sobre a ressurreição de Jesus.

Seu questionamento procede. Contudo, ainda não percebemos que a maioria das pessoas estejam preocupadas com isso. A religião, de um modo geral, durante séculos, ensinou a submissão a uma fé passiva e cega, arvorando-se como intermediária entre Deus e os homens, e condenando quem se dispusesse a desvendar a vida além da morte, terreno sagrado e proibido.

Criando essa barreira inviolável, ela veio ditando suas verdades, condicionando seus seguidores às práticas litúrgicas, que falam apenas à imaginação e à emoção, dispensando o bom senso e a razão, para que não tivessem tempo de questionar o que realmente acontece ao homem, depois desta vida.

Pelo que sabemos a crença na ressurreição dos mortos, embora já fosse cogitada por outros povos, não existia ao tempo de Moisés e dos profetas, nas primeiras fases da religião hebraica. Ao que tudo indica, o povo hebreu herdou esse conceito da religião persa.

Os hebreus, povo ao qual pertencia Jesus, ficou muito tempo sob o domínio político dos persas, que embora não tenha o pior período para o povo dominado, deixou para ele dominado algumas heranças culturais.



Logo, a “ressurreição dos mortos” procede da religião persa. Alguns séculos antes de Cristo o Zoroastrismo, primeira religião revelada, já concebia a existência de duas forças antagônicas no universo: representadas pelo deus do bem e pelo deus do mal em constante conflito.

Esta religião ensinava que, ao final dos tempos (concepção de fim do mundo), os mortos seriam ressuscitados para o julgamento final.

Durante os séculos em que os hebreus estiveram sob o domínio do imperador Ciro, eles receberam a influência dessa religião e acabaram com o tempo a adotar concepções semelhantes, de onde surgiram as ideias da ressurreição dos mortos, do juízo final, de Deus e do demônio.

Para o Espiritismo era natural que o ser humano buscasse explicação para vida humana e quisesse saber o que aconteceria ao homem depois da desta vida, levando em conta os méritos e os defeitos de cada um.

Foi assim que, depois da igrejeificação do cristianismo, principalmente a partir do primeiro quarto do século IV da era cristã, tais concepções que, na época, satisfaziam a maioria, continuaram sendo objeto de crença.

Evidentemente não é o que pensa o Espiritismo, que surgiu no século XIX de nossa era, e que exigia para tais questões mais do que uma fé simples e ingênua, mas uma base de conhecimento assentada na razão.

 Allan Kardec, em O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, refuta essa a crença na ressurreição do corpo, porque ela contraria frontalmente os mais elementares princípios da ciência e, portanto, não tem sustentação racional.

Para a doutrina espírita, a ressurreição, inclusive aquela a que Paulo de Tarso de refere em suas cartas, é ao ressurgimento do ser humano em espírito e não no corpo que a natureza decompôs.

A doutrina explica também que o “corpo espiritual”, a que Paulo de refere na primeira carta aos coríntios, é o que Allan Kardec chamou de “perispírito”, que é o corpo em que o homem ressurge no mundo espiritual após a morte, e o mesmo com que Jesus se apresentou às pessoas depois de sua execução na cruz.