-“Segundo a Teoria das Supercordas, mesmo que as
dimensões do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade
física em que vivemos”. A
surpreendente afirmação do Físico Marcelo Gleyser no livro CRIAÇÃO IMPERFEITA (2010, record) abre
caminho para inúmeras reflexões e cogitações sobre a realidade em meio à qual
vivemos. Nesse sentido, o Espiritismo com mais de 130 anos já oferecia avançada
resposta através da questão 85 d’ O
LIVRO DOS ESPÍRITOS quando Allan Kardec reproduz a revelação
dos autores espirituais da obra dizendo ser o “Mundo Espiritual mais importante
que o Material, pois, de lá tudo procede e retorna”. Chico
Xavier tinha tres anos quando na Inglaterra o reverendo George
Vale Owen recebeu mediúnicamente uma série de mensagens de sua mãe,
enfeixadas em 1920 no livro A VIDA ALÉM
DO VÉU (feb) onde ela detalhava
aspectos do Espiritual em que vivia após sua morte. Mais de uma década depois,
o médium brasileiro tinha publicada a segunda obra da sua extensa produção
mediúnica, onde aquela que foi sua mãe na encarnação encerrada em 2002, contava
sua versão do que era a realidade da outra Dimensão encontrada depois de sua
desencarnação em 1905. Cerca de nove anos depois, Chico Xavier ampliaria o
conjunto dessas informações oferecendo-nos o primeiro da série escrita pelo
Espírito do médico oculto no pseudônimo André Luiz, denominada NOSSO LAR minudenciando as interações entre
os diferentes Planos Existenciais. Em
meio à recepção dos títulos da dita sequencia, o Espírito do professor,
jornalista e cronista mineiro Abel Gomes, daria sua colaboração na
ampliação das informações sobre a Vida no Plano Espiritual, em extensa e
interessante mensagem incluída no quase desconhecido FALANDO A TERRA (1952, feb). Para se ter uma ideia da riqueza de
detalhes da informação, reproduzimos um trecho das mesmas: - As
inteligências aqui se agrupam segundo os impositivos da afinidade, vale dizer,
consoante a onda mental, ou freqüência vibratória, em que se encontram. Tenho
visitado vastas colônias representativas de civilizações há muito tempo
extintas para a observação terrestre. Costumes, artes e fenômenos linguísticos
podem ser estudados, com admiráveis minudências, nas raízes que os produziram
no tempo. A alma liberta adianta-se sem apego à retaguarda, esquecendo antigas
fórmulas, como o pinto que estraçalha e olvida o ovo em que nasceu, abandonando
o envoltório inútil e construtor em busca do oxigênio livre e do largo
horizonte, na consolidação das suas asas; em contraposição, existem milhões de
Espíritos, apaixonados pela forma, que se obstinam naquelas colônias, por muito
tempo, até que abalos afetivos ou consciências os constranjam à frente ou ao
renascimento no campo físico. Cada tipo de mente vive na dimensão com que se
harmonize. Não há surpresa para a ciência comum, neste n, porquanto, mesmo na
Terra, muitas vezes, numa só área reduzida vivem o cristal e a árvore, a ameba
e o pulgão, o peixe e o batráquio, o réptil e a formiga, o cão e a ave, o homem
rude e o homem civilizado, respirando o mesmo oxigênio, alimentando-se de
elementos químicos idênticos, e cada qual em mundo à parte. Além daqueles que
sofrem deformidades psíquicas deploráveis, manifestadas no tecido sutil do
corpo espiritual, não é difícil encontrarmos personalidades diversas, sem a
capa física, vivendo mentalmente em épocas distanciadas. Habitualmente se
reúnem àqueles que lhes comungam as ideias e as lembranças, formando com
recordações estagnadas a moldura nevoenta dos quadros íntimos em que vivem, a
plasmarem paisagem muito semelhante às que o grande vidente florentino
descreveu na Divina Comédia. Há infernos purgatórios de muitas categorias.
Correspondem à forma de pesadelo ou de remorso que a alma criou para si mesma.
Tais organizações, que obedecem à densidade mental dos seres que as compõem,
são compreensíveis e justas. Onde há milhares de criaturas humanas, clamando
contra si mesmas, chocadas pelas imagens e gritos da consciência, criando
quadros aflitivos e dolorosos, o pavor e o sofrimento fazem domicílio. Aqui, as
leis magnéticas se exprimem de maneira positiva e simples.
– Se eu entendi bem, a mediunidade,
de que to Espiritismo fala, não acontece apenas entre os espíritas, mas entre
pessoas de todas as religiões e, até mesmo, entre aquelas que não tem religião
nenhuma. Segundo o Espiritismo, portanto, a mediunidade é um fenômeno
universal, conforme podemos ler na Bíblia, no Alcorão e nos livros sagrados de
todas as religiões. O que, no catolicismo, se chama de milagre, no Espiritismo
se chama de mediunidade. È assim mesmo que o Espiritismo trata o assunto?
(Ouvinte católico)
Exatamente. Há mais de 168 anos atrás, o
Espiritismo surgiu para estudar e explicar esses fenômenos extraordinários, que
vinham sendo visto em todas as épocas, apenas como derrogação das leis da natureza. Por exemplo:
a aparição ou a comunicação de pessoas falecidas, a previsão de fatos futuros, a
produção de fenômenos físicos sem causa aparente, curas espirituais que a
medicina não pode explicar, entre outros. A religião sempre ensinou que esse
tipo de fenômeno contraria as leis naturais e só através deles torna-se
possível comprovar a intervenção divina.
Isso quer dizer que a natureza e todos os
fenômenos comuns da natureza, segundo essa crença, não são suficientes para
provar a existência de Deus. Ora, para o Espiritismo a grandeza de Deus não
está na derrogação de sua lei; pelo contrário, está no cumprimento dessa lei,
porque ela é perfeita. Por isso, milagre acontece diariamente, com um novo
raiar de sol, com a chuva, com o vento, com a vida que viceja sobre a terra, com
os minerais, com os vegetais e com a flora - e, principalmente o ser humano, com sua
extraordinária inteligência e capacidade de realização.
Os fenômenos, chamados espíritas, ao longo da
História, por falta de conhecimento sobre a vida espiritual, eram causa de
temor. A Doutrina Espírita veio mostrar que eles são naturais, até porque o
Espírito pertence à natureza – o Espírito não é sobrenatural, como comumente se
pensa. E mais que isso: nós todos, seres
humanos, somos Espíritos – momentaneamente encarnados – porque, depois da morte
do corpo, retornamos à nossa condição original de Espíritos desencarnados, mas
cada um continua sendo ele mesmo, com sua individualidade e sua maneira de
pensar.
Conta-se que Dom João Bosco, bispo católico,
que viveu no século XIX, certa noite, foi surpreendido por sua mãe conversando
no quarto com um desconhecido. Tratava-se de Luís Cômollo, seu amigo que, há
muito, tinha falecido. João Bosco tratava essa questão em segredo, certamente
receoso de que seu comportamento de médium vidente pudesse ser levado a conta
de loucura. Mais tarde, Dona Margarida, sua mãe veio a falecer e, certo dia,
ele pôde conversar também com a mãe, que lhe contou ter sofrido bastante,
depois de passar por uma região purgatorial, mas que agora encontrava-se no
céu.


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