Friday, August 15, 2025

LUCIDEZ NO ESTADO DE COMA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -(....) Você teve quatro enfartes ? “- Dois. Tive foram quatro operações, com hemorragias inacreditáveis. Uma de úlcera. Outra de aneurisma abdominal...” – Ficou em estado de coma?.. “- Fiquei em coma perto de quinze dias. Uma experiência terrível. Lembro que eram pessoas que já haviam morrido. Parentes mortos, estou vendo, eles se assentam no canto do quarto, e ficam me olhando...Ouvi o Lacerda fazendo discurso. Ouvi-o falando. Ele estava morto. Muita gente que morrera apareceu no quarto. Era um quarto de um sofrimento incrível. Eu sofri barbaramente.” – E quando voltou a si, que sensação? “Espanto, surpresa, clarividência. Eu enxergava mais que normalmente. Porque eu estava do outro lado. Eu estava muito mais pra lá do que pra cá...” Este é um fragmento de   entrevista feita pelo jornalista e cronista Lourenço Diaféria para a seção que assinava no suplemento Folhetim do jornal Folha de São Paulo, edição de 5 de agosto de 1979. O entrevistado, ninguém menos que o grande escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues, alguns meses antes de morrer. Sua transcrição objetiva demonstrar, no período em que esteve em coma, sua lucidez diante dos fatos que o cercavam onde se encontrava hospitalizado. A propósito, o resultado de pesquisas levadas a efeito e tornadas públicas nos Estados Unidos da América do Norte a partir dos anos 70 pelos médicos Raymond Moody Junior e Elizabeth Kubler Ross, no campo de investigações que se tornaria conhecido como EQM (Experiências de Quase Morte) com pessoas que, por determinantes diferentes - inclusive comas prolongados -, relatam, em muitos casos, terem atravessado tais transes lúcidas, embora inconscientes fisicamente. Se considerarmos que o estado de coma, sob determinado aspecto, corresponde a certa imobilização do corpo determinada pela manifestação de desarranjos ou avarias havidas em componentes ou sistemas integrantes da máquina física, ocorre-nos uma dúvida: se o Espírito jamais está inativo (questão 401, O LIVRO DOS ESPÍRITOS), durante os processos comatosos, onde se encontra o corpo espiritual? Na obra EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb), André Luiz através do médium Chico Xavier, disse  que “ seu aprisionamento ou a parcial liberação do arcabouço físico, depende da situação mental do enfermo”. Posteriormente, o orientador espiritual Emmanuel, no livro PLANTÃO DE RESPOSTAS (ceu), perguntado sobre o que se passa com os espíritos encarnados cujos corpos ficam meses, até mesmo anos, no estado vegetativo do coma, respondeu que “seu estado será de acordo com sua situação mental, havendo casos em que o Espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores Espirituais”. Esses, avalia, “são pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação”. “Em outros casos’, diz ele, ‘os Espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédio do períspirito, dispõem de uma relativa liberdade”. Salienta que “em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem as paisagens e os contatos com seres que já os precederam na passagem para a Vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos”. Corresponde à informação contida no depoimento de Nelson Rodrigues. Concluindo sua resposta, Emmanuel afirma: “- Em qualquer das circunstâncias, o Plano Espiritual sempre estende seus esforços na tentativa de auxílio. Daí a importância da prece, do equilíbrio, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das conversações edificantes para que haja maiores condições ao trabalho do Bem que se direciona, nessas horas, tanto ao enfermo como aos encarnados, familiares e médicos”.


Fomos abordados por uma mãe, um tanto nervosa, que nos relatou o seguinte: o filho mais velho, depois que entrou para a faculdade veio com uma conversa de que não acredita mais em Deus e não quer saber mais de religião. Ela diz que, desde criança, sempre deu aos filhos uma educação religiosa, e não sabe como ele pode se esquecer disso. Está inconformada e pede orientação.

 

Prezada senhora. Não temos nem o direito de dizer que a senhora não deve se preocupar com essa nova postura de seu filho. Toda mãe se preocupa com os filhos e sempre quer o melhor para eles. Mas podemos aconselhá-la a não sofrer muito por isso. Todos nós, mães e pais, gostaríamos que nossos filhos seguissem o nosso caminho – pelo menos, em matéria de fé – quando temos convicção de que esse é o melhor caminho. Mas isso nem sempre é possível.

 

Se a senhora fez o máximo que podia, se se preocupou em proporcionar a ele condições para que tivesse uma religião – e, agora, ele vem lhe dizer que não quer nada disso – a senhora deve se conformar com a opção dele e, ao mesmo tempo, ficar em paz com a sua consciência, por ter cumprido bem o com seu papel de mãe. O tempo da educação do lar já passou. Agora, que ele é um adulto, ele pode optar, e vem a educação da vida. A vida, como a senhora sabe, costuma nos ensinar muita coisa e de forma muito mais exigente que a própria família.

 

Não sabemos se seu filho está apenas num período de rebeldia ou de deslumbramento com uma idéia nova. Não sabemos quais os conflitos de valores que vem enfrentando. Sabemos, no entanto, que os meios acadêmicos (a senhora diz que ele cursa uma faculdade) costumam semear ateísmo nos jovens, procurando mostrar que a ciência pode explicar tudo e a religião não explica nada. É claro que não existem só professores ateus na universidade, mas os ateus (geralmente pessoas muito inteligentes)  costumam exercer certo fascínio sobre os jovens. Mas isso não quer dizer que sejam pessoas más. Pelo contrário, podem ser pessoas de caráter.

 

Contudo, prezada mãe, o que mais vale na vida é a educação do lar, é a influência do ambiente afetivo da família. Até porque é na infância que os pais mais alcançam a alma dos filhos. Nem tanto a educação de uma determinada religião – porque ninguém está obrigado a manter a mesma crença durante toda a vida – mas os princípios morais, que são comuns a todas elas. Estes sim – os princípios morais -  é que precisam ser levados em conta! É com eles que a senhora mais deve se preocupar, até porque o fato de a pessoa se dizer ateu ou religiosa não faz muita diferença, se a sua conduta na sociedade pauta pelos princípios do respeito, da dignidade e da retidão.

 

Portanto, não sofra muito por isso, nem tampouco fique insistindo ou brigando com seu filho, porque ele não pensa mais como antes. A crença de uma pessoa só pertence a ela própria. Os pais, como dissemos, deram o que podem dar, mas nem tudo que dão é o tudo o que os filhos querem, quando se tornam adultos. Eles são Espíritos livres, que vieram nesta encarnação para exercitar com responsabilidade a liberdade que a vida lhes dá. Se eles fizerem isso com dignidade, mesmo que não sigam a sua opção religiosa, já terão cumprido bem sua missão, já terá valido todo o sacrifício por eles.

 

Ademais, esse surto de ateísmo pode ser até passageiro. Ninguém sabe. E se for, tanto melhor para a senhora, que quer que seu filho siga um caminho religioso. Contudo, se não for, respeite-o em seus valores e faça de tudo para mostrar que a senhora continua inabalável em sua convicção e que o mais importante na crença de cada um não é apenas o rótulo, para ser exibido aos outros, mas a conduta, o respeito, a tolerância e, sobretudo, o amor – que está acima de todas as nossas diferenças.

Thursday, August 14, 2025

FASCINANTE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

-“Segundo a Teoria das Supercordas, mesmo que as dimensões do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”. A surpreendente afirmação do Físico Marcelo Gleyser no livro CRIAÇÃO IMPERFEITA (2010, record) abre caminho para inúmeras reflexões e cogitações sobre a realidade em meio à qual vivemos. Nesse sentido, o Espiritismo com mais de 130 anos já oferecia avançada resposta através da questão 85 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS quando Allan Kardec reproduz a revelação dos autores espirituais da obra dizendo ser o “Mundo Espiritual mais importante que o Material, pois, de lá tudo procede e retorna”. Chico Xavier tinha tres anos quando na Inglaterra o reverendo George Vale Owen recebeu mediúnicamente uma série de mensagens de sua mãe, enfeixadas em 1920 no livro A VIDA ALÉM DO VÉU (feb)  onde ela detalhava aspectos do Espiritual em que vivia após sua morte. Mais de uma década depois, o médium brasileiro tinha publicada a segunda obra da sua extensa produção mediúnica, onde aquela que foi sua mãe na encarnação encerrada em 2002, contava sua versão do que era a realidade da outra Dimensão encontrada depois de sua desencarnação em 1905. Cerca de nove anos depois, Chico Xavier ampliaria o conjunto dessas informações oferecendo-nos o primeiro da série escrita pelo Espírito do médico oculto no pseudônimo André Luiz, denominada NOSSO LAR minudenciando as interações entre os diferentes Planos Existenciais.  Em meio à recepção dos títulos da dita sequencia, o Espírito do professor, jornalista e cronista mineiro Abel Gomes, daria sua colaboração na ampliação das informações sobre a Vida no Plano Espiritual, em extensa e interessante mensagem incluída no quase desconhecido FALANDO A TERRA (1952, feb). Para se ter uma ideia da riqueza de detalhes da informação, reproduzimos um trecho das mesmas: - As inteligências aqui se agrupam segundo os impositivos da afinidade, vale dizer, consoante a onda mental, ou freqüência vibratória, em que se encontram. Tenho visitado vastas colônias representativas de civilizações há muito tempo extintas para a observação terrestre. Costumes, artes e fenômenos linguísticos podem ser estudados, com admiráveis minudências, nas raízes que os produziram no tempo. A alma liberta adianta-se sem apego à retaguarda, esquecendo antigas fórmulas, como o pinto que estraçalha e olvida o ovo em que nasceu, abandonando o envoltório inútil e construtor em busca do oxigênio livre e do largo horizonte, na consolidação das suas asas; em contraposição, existem milhões de Espíritos, apaixonados pela forma, que se obstinam naquelas colônias, por muito tempo, até que abalos afetivos ou consciências os constranjam à frente ou ao renascimento no campo físico. Cada tipo de mente vive na dimensão com que se harmonize. Não há surpresa para a ciência comum, neste n, porquanto, mesmo na Terra, muitas vezes, numa só área reduzida vivem o cristal e a árvore, a ameba e o pulgão, o peixe e o batráquio, o réptil e a formiga, o cão e a ave, o homem rude e o homem civilizado, respirando o mesmo oxigênio, alimentando-se de elementos químicos idênticos, e cada qual em mundo à parte. Além daqueles que sofrem deformidades psíquicas deploráveis, manifestadas no tecido sutil do corpo espiritual, não é difícil encontrarmos personalidades diversas, sem a capa física, vivendo mentalmente em épocas distanciadas. Habitualmente se reúnem àqueles que lhes comungam as ideias e as lembranças, formando com recordações estagnadas a moldura nevoenta dos quadros íntimos em que vivem, a plasmarem paisagem muito semelhante às que o grande vidente florentino descreveu na Divina Comédia. Há infernos purgatórios de muitas categorias. Correspondem à forma de pesadelo ou de remorso que a alma criou para si mesma. Tais organizações, que obedecem à densidade mental dos seres que as compõem, são compreensíveis e justas. Onde há milhares de criaturas humanas, clamando contra si mesmas, chocadas pelas imagens e gritos da consciência, criando quadros aflitivos e dolorosos, o pavor e o sofrimento fazem domicílio. Aqui, as leis magnéticas se exprimem de maneira positiva e simples.



 

– Se eu entendi bem, a mediunidade, de que to Espiritismo fala, não acontece apenas entre os espíritas, mas entre pessoas de todas as religiões e, até mesmo, entre aquelas que não tem religião nenhuma. Segundo o Espiritismo, portanto, a mediunidade é um fenômeno universal, conforme podemos ler na Bíblia, no Alcorão e nos livros sagrados de todas as religiões. O que, no catolicismo, se chama de milagre, no Espiritismo se chama de mediunidade. È assim mesmo que o Espiritismo trata o assunto? (Ouvinte católico)

 

Exatamente. Há mais de 168 anos atrás, o Espiritismo surgiu para estudar e explicar esses fenômenos extraordinários, que vinham sendo visto em todas as épocas, apenas  como derrogação das leis da natureza. Por exemplo: a aparição ou a comunicação de pessoas falecidas, a previsão de fatos futuros, a produção de fenômenos físicos sem causa aparente, curas espirituais que a medicina não pode explicar, entre outros. A religião sempre ensinou que esse tipo de fenômeno contraria as leis naturais e só através deles torna-se possível comprovar a intervenção divina.

 

Isso quer dizer que a natureza e todos os fenômenos comuns da natureza, segundo essa crença, não são suficientes para provar a existência de Deus. Ora, para o Espiritismo a grandeza de Deus não está na derrogação de sua lei; pelo contrário, está no cumprimento dessa lei, porque ela é perfeita. Por isso, milagre acontece diariamente, com um novo raiar de sol, com a chuva, com o vento, com a vida que viceja sobre a terra, com os minerais, com os vegetais e com a flora  - e, principalmente o ser humano, com sua extraordinária inteligência e capacidade de realização.

 

Os fenômenos, chamados espíritas, ao longo da História, por falta de conhecimento sobre a vida espiritual, eram causa de temor. A Doutrina Espírita veio mostrar que eles são naturais, até porque o Espírito pertence à natureza – o Espírito não é sobrenatural, como comumente se pensa.  E mais que isso: nós todos, seres humanos, somos Espíritos – momentaneamente encarnados – porque, depois da morte do corpo, retornamos à nossa condição original de Espíritos desencarnados, mas cada um continua sendo ele mesmo, com sua individualidade e sua maneira de pensar.

 

Conta-se que Dom João Bosco, bispo católico, que viveu no século XIX, certa noite, foi surpreendido por sua mãe conversando no quarto com um desconhecido. Tratava-se de Luís Cômollo, seu amigo que, há muito, tinha falecido. João Bosco tratava essa questão em segredo, certamente receoso de que seu comportamento de médium vidente pudesse ser levado a conta de loucura. Mais tarde, Dona Margarida, sua mãe veio a falecer e, certo dia, ele pôde conversar também com a mãe, que lhe contou ter sofrido bastante, depois de passar por uma região purgatorial, mas que agora encontrava-se no céu.

 



Tuesday, May 27, 2025

O PROBLEMA DA CREMAÇÃO

 " O Espírito André Luiz considera que, excetuando-se determinados casos de mortes em acidentes e outros casos específicos, em que a criatura necessita daquela provação, ou seja, o sofrimento intenso no momento da morte, este de um modo geral não traz dor alguma porque a concentração demasiada do dióxido de carbono no organismo anestesia do sistema nervoso central. Explica que a ocorrência da concentração de gás carbônico alteia o teor da anestesia do sistema nervoso central provocando um fenômeno que eles chamam de acidose. Com a acidose vem a insensibilidade e a peculiaridade não tem estas consequências de sofrimento que imaginamos ”. Embora a resposta tenha sido dada pelo médium Chico Xavier em esclarecedora entrevista quando da realização da pioneira cirurgia de transplante de coração realizada em 1968, no Brasil, certamente pode servir para avaliarmos a questão da cremação realizada no lado Ocidental da Terra, através da Europa, no início do século 20, visto que na milenar e Índia Oriental faz parte das tradições do Bramanismo, atual Hinduísmo. Consultado em 1935 sobre o assunto, o Espírito Emmanuel , esclareceu, contudo, que a mesma “ nunca deverá ser levada a efeito antes do prazo de 50 horas após o desenlace ”, considerando que “a cremação imediata ao chamado instante da morte é, portanto, nociva e desumana ”. Compreende-se porque através da explicação de Allan Kardec sobre a experiência da morte: -“Por ocasião da morte corpórea, o Espírito, entra em perturbação, e, perde a consciência de si mesmo, de sorte que jamais testemunha o último suspiro do seu corpo. Pouco a pouco a perturbação se dissipa e o Espírito se recupera, como um homem que desperta de sono profundo. Sua primeira sensação é a de estar livre do fardo carnal; segue-se o espanto, ao reparar no novo meio em que se encontra. Acha-se na situação de um a quem se cloroformiza para uma amputação e que, ainda adormecido, é levado para outro lugar. Ao acordar, ele se sente livre do membro que o faz sofrer; corpo ocorreu morte para o Espírito, apenas sono houve ”. A realidade diante do fato, porém, depende de cada um. O Espírito Irmão X , através do próprio Chico Xavier pondera:-"Morrer não é libertar-se facilmente. Para quem varou a existência na Terra, entre abstinências e sacrifícios, a arte de dizer adeus é alguma coisa da felicidade apaixonadamente saboreada pelo Espírito, mas para o comum dos mortais, afeitos aos “comes e bebes” de cada dia, para os senhores da posse física, para os campeões de conforto material e para os exemplares felizes do prazer humano, na mocidade ou na madureza, a cadaverização não é serviço de algumas horas. Exige tempo, esforço, auxílio e boa vontade ”. No mesmo texto, indaga: -“Não seria apenas conferir pelo menos três dias de preparação e refazimento ao peregrino das sombras para a desistência voluntária dos enigmas que o afligem na retaguarda? ”. O extraordinário acervo de mensagens-depoimento psicografadas pelo famoso meio demonstra a utilidade dessa precaução, prevista, por sinal, na legislação brasileira. De qualquer forma, oportuno considerarmos o comentário do Espírito Emmanuel : -“Mesmo que a separação entre o Espírito e o corpo não se tenha completado, a Espiritualidade dispõe de recursos para evitar que corra penas e sofrimentos ...”.

SABEDORIA DE CHICO XAVIER

 Sempre útil, uma vez ou outra, rever passagens da vida do inesquecível Chico Xavier. Há situações em que coletamos-se precisos ensinamentos para os momentos em que os desafios da vida que nos procura fogem das experiências típicas dos habitantes de um planeta de Expiação e Provas. Vejamos alguns: . 1- Um companheiro espírita, certa vez, disse: - Chico, o Evangelho está ultrapassado. Chico respondeu: - Emmanuel está aqui e pede para dizer a vocês que o Evangelho só vai ficar ultrapassado o dia em que toda a Humanidade o coloca na prática. 2- Uma pessoa que, ao observar os necessitados tomando sopa, perguntou para Chico Xavier r: - O senhor acha que um prato de sopa vai resolver o problema da fome no mundo? Chico, sem titubear respondeu: - O banho também não resolve o problema da higiene no mundo, mas nem por isso podemos dispensá-lo. 3- Certa vez, alguém perguntou a Chico Xavier, sobre o que os Espíritos dizem a respeito da natureza do corpo de Jesus, ele respondeu: - Jesus é como o Sol num dia de céu azul, e nós somos apenas palitos de fósforo acesos, à hora do meio-dia. O que é importante saber, e discutir, é sobre os seus ensinamentos e sua Vivência Gloriosa. 4- Muita gente identificou Chico em seu trabalho e isto começou a causar-lhe problemas. Certa vez uma senhora, em adiantado estado de perturbação, foi procurá-lo. O chefe não queria que ele atendesse ninguém em seu ambiente de trabalho, então, foi dito à senhora que o Chico estava em casa. Para lá se passou ela, sendo informado que o Chico estava trabalhando. Voltou, novamente, ao emprego e disse que o nosso amigo saiu, a serviço. Ela resmungou qualquer palavrão e se foi. À noite, quando as portas do Centro se abriram, ela avançou sobre ele e deu-lhe consideráveis ​​bofetões no rosto. Quando acabou de desabafar, através da agressão, falou com voz nervosa e trêmula: - Você está pensando que tenho tempo para andar atrás de você para cima e para baixo? E, agora, já para aquela sala que você vai me dar um passe, cachorro. A senhora sentou-se numa cadeira e ficou esperando. O Chico começou a pensar: "Senhor Jesus, para se transmitir um passe precisamos estar calmos, com o coração voltado para o amor ao próximo. O Senhor sabe todas as coisas e sabe que não estou com raiva dela, mas ela me deixou num estado meio diferente. Ajude-me, Senhor ". Então, o espírito de Emmanuel aparece e diz: - Para ajudar-la é preciso alcançar-lhe o coração. Converse com ela. E o Chico, falou para a irmã em sofrimento: - Minha irmã, a senhora me perdoe ser uma pessoa tão preocupada. Não pude atendê-la no meu emprego porque meu chefe não permite. A senhora compreende, estou ali para servir porque tenho muitos irmãos para ajudar. Foi conversando... conversando, e a mulher se acalmando, para, em seguida, começar a chorar. O Chico, então, transmitiu-lhe o passe e ela foi devolvida à razão. Depois de sua saída, o médium disse ao Espírito de Emmanuel: - Emmanuel, eu não estou com a razão? A resposta foi esta jóia da caridade cristã: - Você está com a razão, mas ela está com a necessidade. No outro dia, quando o Chico chegou ao serviço, ficou com o rosto todo inchado. Seu chefe indagou o que ocorreu. E ele respondeu: - Bati na porta . Ele, então, olhou-o por sobre os óculos e perguntou, novamente: - Mas, dos dois lados? 5- O Chico passando por grandes dificuldades. Problemas gigantescos se avolumavam sobre sua cabeça. E tão gigantescos que ele disse ao Espírito Emmanuel se não era possível rogar às esferas superiores um conselho de Maria de Nazaré, que ajudava naqueles dias tão difíceis. Alguns dias se passaram, quando o espírito de Emmanuel lhe disse que o generoso espírito de Maria havia atendido ao seu pedido, enviando-lhe a seguinte frase : Isso Também Passa . Contou Chico : - A frase foi para mim como anestesia sobre uma dor imensa. Fez-me tanto bem que a escrevi num papel e o coloquei sobre a cabeceira da minha cama. Todas as noites e todas as manhãs eu lia, sentindo grande consolo. Certo dia, um amigo ao entrar no meu quarto, achou a frase muito interessante, e disse; - Chico, vou fazer o mesmo; coloque esta frase sobre a cabeceira da minha cama. - Faça isso mesmo, meu filho, mas não se esqueça de que o espírito Emmanuel também me disse que ela serve tanto para os momentos tristes, como para os momentos alegres .

Friday, May 9, 2025

MEMÓRIAS REMOTAS NO COMPORTAMENTO SOCIAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Atavismo segundo o dicionário é o reaparecimento numa pessoa das características de um antepassado que é escondido por muitas gerações. Nenhum sentido figurado é sinônimo de hereditariedade ou aparecimento de características biológicas, intelectuais ou comportamentais. Analisado a manifestação do ponto de vista do Espiritismo, é o ressurgimento nas ações e respostas de indivíduos de referências arquivadas na memória integral do Ser, da Individualidade, do Espírito. Conforme possíveis respostas de serem acessadas num estudo criterioso da questão da reencarnação explicada pela Doutrina Espírita, a hereditariedade biológica subordina-se à hereditariedade psicológica. O Psiquiatra Jorge Andreia que o fez concluiu que “ o Espírito aproveita os potenciais genéticos dos pais, manipulando a dança dos cromossomos na destinação dos fatores hereditários ”. Nas obras do Espírito - também médico - conhecido como André Luiz ,   coletamos que “ quanto mais vastos os recursos espirituais de quem retorna à carne, mais complexo é o mapa de trabalho a ser obedecido ”. Historicamente sabe-se que as religiões institucionalizadas causaram grande prejuízo à evolução do pensamento científico da Humanidade da Terra. A sujeição da Ciência no lado Ocidental do Planeta não tem dois séculos. Associando a visão do atavismo com o desenvolvimento da ciência, da formação de pesquisadores, enfim aqueles que buscam a Verdade naturalmente concluem que a autorização certamente não garante que conceitos e preconceitos gravados na memória de profundidade dos diretamente envolvidos no meio que perseguem respostas interfiram nos resultados. No século 20, por exemplo,   inúmeras obras, algumas relacionadas com trabalhos desenvolvidos dentro de critérios científicos considerados na visão acadêmica do termo, foram publicadas, sem que tenham sido reconhecidas ou consideradas pelo meio. Mais ou menos como aconteceu com as proposições do médico Franz Anton Mesmer sobre o magnetismo humano; com a hipnose de James Braid e do Abade Faria ; da Homeopatia do médico Samuel Hannemman , superficialmente avaliado pela Comunidade Científica à época do seu surgimento. Sabe-se que à época, início do século 19, a França se irradiava uma grande virada no campo da cultura que influenciaria o porvir, operando grandes mudanças na visão das coisas. A intolerância, filha preferida da ignorância limitou o aprofundamento das pesquisas sobre, por exemplo, a reencarnação do Engenheiro Albert De Rochas descritas no livro VIDAS SUCESSIVAS (1905) que foi por causa das revelações contidas em seu livro foi afastado do cargo de dirigente da Escola Politécnica de Paris; trabalho não demoradamente o respeitável do Psiquiatra Ian Stevenson descrito na obra VINTE CASOS DE REENCARNAÇÃO (1966); não avaliou o resultado das experiências de Morey Bernstein apresentadas no livro O CASO BRIDEY MURPHY; a característica Edgard Cayce relatada em O PROFETA ADORMECIDO. No Brasil, as experiências pioneiras da Psiquiatra Inácio Ferreira contadas no livro NOVOS RUMOS À MEDICINA (1946) ou do Engenheiro Hernani Guimarães Andrade reunidos em A REENCARNAÇAO NO BRASIL ; Hermínio Correia de Miranda com A MEMÓRIA E O TEMPO e EU SOU CAMILLE DEMOULIN ou mesmo dos profissionais da saúde mental e comportamental Hellen Wanbach; Edite Fiore ou Brian Weiss . Foram 16 séculos e milhares de gerações desde que o assunto foi proibido por decisão político-religiosa. Dependeremos de muitas gerações para que sejam franqueadas as portas do conhecimento para que as questões de saúde sejam avaliadas de uma forma mais ampla, considerada a condição integral do Ser Humano?




  

Vocês acreditam que a AIDS é um castigo de DEUS por conta do abuso e da perversão sexual que existe no mundo? ( Cléber)

  O Espiritismo não pode conceber que Deus castigue. Pelo contrário, Deus nos acolhe de nossas quedas, dando-nos sempre uma oportunidade de nos reerguer. Um pai bom não abandona nenhum de seus filhos. Leia com atenção a Parábola do Filho Pródigo. Não temos lugar para esta expressão “castigo divino”.Como disseram os espíritos a Kardec, Deus governa o mundo por suas leis, e os males que muitas vezes acontecem, são conseqüências dos atos que praticamos ou são experiências necessárias ao nosso progresso espiritual.

Não podemos entender, Cleber, que uma doença seja um castigo divino. Geralmente, a doença decorre do abuso ou da negligência com que tratamos o corpo e a alma nesta vida ou em vidas anteriores. No fundo, cada um de nós (individualmente) e todos nós (coletivamente) colhemos o que plantamos. A lei de causa e efeito é a mais elevada expressão da justiça. No entanto, para entender melhor esta questão é preciso conceber a reencarnação.

Veja, por exemplo, que hoje temos muitas crianças que já nascem com o vírus da AIDS, vítimas da negligência dos pais. Ora, seria absurdo conceber que Deus está castigando essas crianças por um mal que elas não fizeram. E, pior ainda, Cléber, seria conceber que, morrendo essa criança bem cedo, sem sequer conhecer a vida, Deus a teria criado apenas e tão somente para sofrer alguns anos na Terra.

A lei de causa e efeito funciona assim. Se plantamos boas sementes, colheremos bons frutos, mas se colhermos maus frutos é porque plantamos sementes de má qualidade. Desse modo, grande parte do sofrimento humano – seja em decorrência da AIDS ou de qualquer enfermidade – advém da forma como vimos nos conduzindo na vida, ou seja, depende do histórico de cada um. Quem anda no escuro sem tomar cuidado, com certeza, corre o risco de tropeçar, cair e se machucar.

  No passado da humanidade, as religiões sempre exploraram esta questão do sofrimento humano de forma indevida. E, para intimidar o homem, atribuíam o sofrimento à ira de Deus ou, até mesmo,  à traquinagem do demônio. Mas essa forma de pensar não consegue mais explicar a justiça e a bondade de Deus, pois entendemos que o problema está em nós. Jesus nos esclareceu esse ponto, ao dizer que Deus é Pai e que um pai nunca mal aos seus filhos. Muito pelo contrário. Portanto, não podemos culpar ninguém pelos tropeços que damos, quando a culpa pelos nossos sofrimentos é inteiramente nossa.

 

 

 

Sunday, May 4, 2025

PROFUNDA BELEZA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Na prodigiosa contribuição do Espírito Emmanuel através do médium Chico Xavier , existem textos que revelam inspiração superior. Um deles, ao que tudo indica, constituiu-se em mensagem dirigida a um grande trabalhador da Doutrina Espírita, desencarnado em acidente automobilístico em 1978, aos 65 anos de idade. Seu nome Rubens Romanelli , cujo histórico de vida revela um Espírito que cumpriu um programa reencarnatório marcado por dificuldades extremas, mas que certamente cumpriu a maioria dos desafios previstos. Tendo iniciado sua vida profissional aos onze anos o que impossibilitou continuar os estudos, aos 21 anos, em seis meses fez o chamado curso de maturidade, aos 26, ingressou por vocação na Faculdade de Filosofia, ingressando, posteriormente no magistério onde lecionou durante alguns anos, para, posteriormente, dedicar-se a professor na mesma Faculdade em que se formou, ligado à Universidade Federal de Minas Gerais. A suposição baseia-se no fato de que o texto pode ser encontrado em duas obras. A primeira, em PRIMADO DO ESPÍRITO (2000;Lachâtre),   próprio Romanelli , publicado inicialmente pelos fins da década de 50. A segunda, no livro PAZ E LIBERTAÇÃO , (1966; CEU), de Autores Diversos. A suposição prende-se no início da primeira transcrição onde o autor dirige-se ao destinatário “Meu filho”. Na segunda, o tratamento é omitido. Excetuando-se o título – na primeira QUANDO e na segunda MEDITAÇÃO e, o final da primeira em que se observa um parágrafo a mais, todo o resto é de profunda beleza. O teor da carta é o seguinte: - “Quando, nas horas de íntimos  desgosto, o desalento te invade a alma e as lágrimas te afloram aos olhos, busca-me: “eu sou aquele que sabe sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas”.

Quando te julgares incompreendidos do que te circundam e vires que em torno de há indiferença, acerca-te de mim: "eu sou a luz, sob meus raios te aclaram a pureza de teus interesses e a nobreza de teus sentimentos!"

Quando você extinguir o ânimo para arrostar as vicissitudes da vida e te achar na iminência de desfalecer, chama-me: "eu sou a força capaz de remover-te as pedras do caminho e sobrepôrte às adversidades do mundo!"

Quando inclementemente você açoitarem os vendavais da sorte e se já não tiveres onde reclinar a cabeça, corre para junto de mim: "eu sou o refúgio em cujo seu seio encontrarás guarida para teu corpo e tranquilidade para teu espírito!..."

Quando te faltar a calma, nos momentos de maior aflição e te considerares incapaz de conservar a serenidade de espírito, invoque-me: "eu sou a paciência que te faz vencer as transes mais dolorosas e triunfar nas situações mais difíceis."

Quando você debate nos paroxismos da dor e tem a alma ulcerada pelos abrolhos, grite por mim: "eu sou o bálsamo que cicatriza as chagas e te minora os padecimentos!"

Quando o mundo te iludir com suas promessas falazes e perceberes que ninguém pode inspirar-te confiança, vem a mim: "eu sou a sinceridade que sabe corresponde à franqueza de tuas atitudes e à excelência de teus ideais!"

Quando a tristeza e a melancolia te povoarem o coração e tudo te causar aborrecimento, chama por mim: "eu sou a alegria que insufla um alento novo e te faz conhecer os encantos do teu mundo interior!"

Quando, um a um, te fenecerem os ideais mais belos e te sentires no auge do desespero, apela por mim: "eu sou a esperança que te robustece a fé e te acalenta os sonhos!"

Quando a impiedade recusar-se a relevar-te as faltas e experimentares a dureza do coração humano, procura-me: "eu sou o perdão que te levanta o ânimo e promove a reabilitação do teu espírito!"

Quando duvidares de tudo, até de tuas próprias convicções, e o ceticismo te avassalar a alma, recorre-te a mim: "eu sou a crença que te inunda de luz e entendimento e te habilita para a conquista da felicidade!"

Quando já não provaste a sublimidade de uma afeição terna e sincera e te desiludires do sentimento do teu semelhante, aproxima-te de mim: "eu sou a renúncia que te ensina a esquecer a ingratidão dos homens e a esquecer a incompreensão do mundo!"

E quando, enfim, quiseres saber quem sou, pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta, à flor que desabrocha e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda.

"Chamo-me AMOR, o remédio para todos os homens que te atormentam o espírito! Eu, sou JESUS!"


  Meu marido é uma boa pessoa, eu considero – comentou uma senhora – mas ele não tem religião. Embora tenha sido criado numa família católica, ele diz que não tem certeza de que a vida continua depois da morte. Eu venho lendo romances espíritas e às vezes comento com ele. Ele diz que tudo é muito bonito, mas, para acreditar, ele gostaria de ter uma garantia de que a vida continua.

Nós não podemos fazer nada para que seu marido acredite na sobrevivência da alma, minha senhora. Só ele pode fazer alguma coisa nesse sentido. Para isso, recomendamos que venha conhecer o Espiritismo, que leia, pelo menos, as obras fundamentais da doutrina, de Allan Kardec. Aliás, foi o próprio Kardec que tratou dessa questão, em O LIVRO DOS MÉDIUNS, capítulo sobre “O Método”. Nesse capítulo, ele faz interessante abordagem, de como devemos falar com as pessoas sobre o Espiritismo. A senhora deveria ler esse capítulo com atenção e mais de uma vez. Quem sabe, a partir dessa leitura, descubra alguma forma mais eficaz de tratar o assunto com seu marido, já que vocês demonstram que sabem dialogar.

De resto, podemos dizer que o Espiritismo não busca convencer ninguém de suas verdades, e também não quer que as pessoas o aceitem sem exame. As pessoas devem ser livres na forma de pensar, mas cada uma deve pensar pela própria cabeça. O Espiritismo, no entanto, se dirige, àqueles que querem aprender, que têm interesse em conhecer suas propostas, em analisá-las e tirar suas próprias conclusões a respeito, mesmo que seja para não aceitá-las. Há pessoas, que se mostram bastantes interessadas em estudá-los; outras, não. Kardec recomenda que devemos deixar em paz quem não se interessa em nos ouvir.

  A fé é uma conquista de cada um. Mas, para que ela esteja firmemente assentada, é preciso ter uma base racional, principalmente em relação às pessoas céticas – ou seja, àquelas que só se convencem com provas. Para a Doutrina Espírita é preferível um cético sincero a um crente mal informado. Muitas pessoas acreditam por acreditar, são levadas apenas e tão somente pelos impulsos da emoção. Outras, porém, precisam de uma base de razão: estas últimas são as preferidas pelo Espiritismo, porque preenchem aquele princípio enunciado por Kardec, que diz o seguinte: “Fé verdadeira é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade”.

Contudo,  minha senhora, o mais importante para a Doutrina Espírita ( porque essa é sua finalidade) nem é se a pessoa acredita ou não acredita no espírito. O mais importante é a sua conduta moral, o seu caráter e sua visão humanista da vida. Kardec deixa isso bem claro, n’O LIVRO DOS MÉDIUNS, quando afirma que o fato de a pessoa acreditar nos Espíritos e reencarnação, de nada adianta, se ela continua com seus defeitos morais e não se esforça para melhorar-se, na convivência com seus irmãos de humanidade.


 

 

 

 

 

Friday, May 2, 2025

O CAMINHO PARA UM MUNDO MELHOR; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Profissional espírita ligada à saúde mental e comportamental afirmou em interessante palestra que “a criança nada mais é que um Espírito num corpo pequeno . A visão dá margem a inúmeras reflexões até porque Allan Kardec reproduzindo o pensamento dos que o auxiliaram na elaboração do alicerce do Espiritismo enfatiza mais uma vez que o descaso com a formação da nova personalidade do Ser a cada encarnação conduz a sociedade aos descalabros como os presentes na atualidade. Como construiremos um mundo melhor sem investimentos na criança e no jovem? Fácil concluir que o Centro Espírita tem um papel preponderante nessa tarefa. Há, contudo, muitas instituições que não regulamentam o valor dessas ações. Dentre as contribuições importantes da Espiritualidade para o encaminhamento da questão da Evangelização Infanto-Juvenil, os livros do Espírito Luiz Sergio reúnem apontamentos significativos. Num deles – CASCATA DE LUZ , psicografado pela médium Irene Machado – encontramos elementos para reflexões sobre o tema. Destacamos alguns: 1- Atualmente a criança e o jovem não têm o mesmo modo de pensar de tempos atrás. O que fazer para levar agradável a evangelização, a fim de ser melhor aproveitado por todos? — Evitar a lição longa e entediante, e embelezar as lições práticas com encenações de palco, onde o aluno também participa, e depois a descoberta das aptidões. Dificilmente sentirão enfado e sono . 2- O jovem tem lá fora o que a vida Lhe dá; o atrativo é muito forte. Se nós, os Espíritos, não nos unirmos com os encarnados em prol da família, veremos o que mais acontece hoje: meninas e meninos brincando de sexo. Devemos combater o aborto, sim, mas também levantar campanhas em prol da família e da felicidade, trazendo a criança e o jovem para os ambientes espirituais. Um Centro bem orientado é a “arca de Noé”, o recanto que irá salvar aquele que o buscar . 3- Muitos acham que o jovem na Doutrina só deve cantar e fazer a Campanha Auta de Souza. O jovem é uma semente que precisa do solo fértil para se tornar uma bela árvore, onde amanhã encontraremos abrigo, e seus frutos, graças à água que hoje lhes oferecemos, serão saborosos e verdadeiros. A Casa que se preocupa com a família faz das suas crianças e jovens as flores do amanhã. O difícil é trazer o jovem para a Casa Espírita, quando lá fora o mundo material oferece uma “vida fácil”, onde tudo lhe é permitido. Não que a Doutrina proíba algo, mas ela faz brilhar nas consciências o Decálogo, e aí é doloroso constatarmos o quanto somos errados ainda. 4-     Lá fora o jovem não tem compromisso com a Lei de Deus. Ele se considera o dono da Terra, tanto é que brinca de viver, por isso qualquer Casa Espírita precisa dar ao jovem motivação, caso contrário ele fugirá dela. Hoje, com pesar, percebemos que poucas senhoras e senhores espíritas têm os seus filhos na Doutrina. Causa-nos assombro desses mesmos senhores dizerem que o tóxico não é assunto para ser tratado pelos espíritos. Ao mesmo tempo, levantaram campanhas contra o suicídio. E o que é uma droga? E o que vem ceifando vidas dos jovens do mundo inteiro. Os espíritos que são contra falar de tóxico nos centros devem visitar as cadeias e os hospitais. Façam um levantamento das causas dos desencarnes de jovens devido a problemas respiratórios e paradas cardíacas. A família esconde muitos casos, para que no atestado não conste o verdadeiro motivo do óbito: o suicídio por overdose. Feliz do Centro Espírita que oferece estudo e trabalho .5- Para levarmos a juventude à Doutrina é necessário educar-la de maneira tal que não seja vítima do fanatismo. O jovem tem de se sentir útil e não pode ficar preso à letra. O seu campo energético está transbordando e pede trabalho para Casa. Se os deixarmos sentados, apenas estudando, iremos buscar outros meios para dispersar o que têm em demasia: energia. Mocidade sem tarefas causa desinteresse ou atritos com a diretoria.



Tenho uma amiga que vive lamentando um aborto que fez quando ainda muito jovem. Ela teve uma gravidez indesejada e não teve coragem enfrentar a família religiosa e cheia de preconceitos. Ela diz que não lamentava o filho, mas, naquele momento, era uma questão de sobrevivência e de honra. Hoje ela não tem religião, mas diz que nunca conseguiu se libertar desse pecado que cometeu contra as leis de Deus. Quis dar um livro espírita para ela ler, mas acho que isso pode piorar sua dor de consciência. (Anônima)

 

A Doutrina Espírita não aprova o aborto provocado, como você sabe, a não ser no caso em que a mãe corre risco de morte. Mas também não se coloca na condição de quem pode julgar alguém que tenha feito o aborto, principalmente nas circunstâncias pelas quais passou sua amiga, quando ainda muito jovem.  Nesse ponto, cara ouvinte, devemos buscar os evangelhos e verificar que Jesus sempre considerou a intenção mais do que os atos em si, sem, contudo, julgar ninguém. Ele não julgou nem mesmo a mulher adúltera; apenas a preveniu para que não errasse mais.

 

Foi ele próprio quem deixou claro este princípio: “a quem muito foi dado muito será pedido” -  ou seja, há uma diferença fundamental entre aquele que tem plena consciência do que está fazendo e o que ignora as conseqüências de seu ato. Aliás, o nosso código penal brasileiro – que é uma lei humana - estabelece a nítida diferença entre o dolo e a culpa, entre o delito praticado com intenção de prejudicar e aquele que é cometido sem essa intenção. Desse modo, sua amiga não deve continuar se culpando pelo que fez naquela época.

 

É bem verdade que respondemos por todos os nossos atos, mesmo aquele que cometemos por ignorância. Entretanto, o peso maior da culpa está na consciência que tínhamos do erro e na intenção de prejudicar, no momento em que o cometemos, tanto quanto das nossas possibilidades de evitá-lo. Com certeza, se sua amiga errou, ela não errou sozinha. Pelo que você diz, havia o peso de uma drástica cobrança da família sobre ela, cobrança que ela não conseguiu suportar e, por isso, tomou aquela decisão. Logo, a culpa deve ser dividida entre todos que contribuíram, direta ou indiretamente, para que tal situação indesejável ocorresse.

 

Situações como essa devem servir de alertar aos pais de adolescentes. Não podemos nem devemos tentar corrigir um erro, cometendo outro maior. Contudo, infelizmente, acontecem milhares de aborto todos os dias no mundo e muitos deles por medo ou insistência dos pais de jovens grávidas, que querem preservar o nome da família ou fazem de tudo para se livrar de criar e educar uma criança. Pensam que enganam a lei de Deus. Mas estão enganados. Podem até passar despercebidos pela sociedade, mas não se livrarão da sua consciência, mais cedo ou mais tarde e tampouco daqueles a quem roubaram a oportunidade de uma vida.

 

Quanto a essa sua amiga, ela deveria, sim, ler livros espíritas e até freqüentar um ambiente espírita. Não para se sentir mais culpada, mas para verificar que a Lei de Deus é soberana e justa, ao mesmo tempo sublime e misericordiosa. Todos cometemos erros na vida – somos seres imperfeitos, sob todos os pontos de vista -  mas todos temos sempre chance de consertá-los ou mesmo de reparar algum prejuízo que, porventura, causamos a alguém. Há mil modos diferentes pelos quais podemos nos redimir, aprendendo a ser úteis ao semelhante e à sociedade onde vivemos, sem ficar nos culpando ou nos punindo por algo que pode ser resolvido com equilíbrio e bom senso.