Na prodigiosa contribuição do Espírito Emmanuel através do médium Chico Xavier , existem textos que revelam inspiração superior. Um deles, ao que tudo indica, constituiu-se em mensagem dirigida a um grande trabalhador da Doutrina Espírita, desencarnado em acidente automobilístico em 1978, aos 65 anos de idade. Seu nome Rubens Romanelli , cujo histórico de vida revela um Espírito que cumpriu um programa reencarnatório marcado por dificuldades extremas, mas que certamente cumpriu a maioria dos desafios previstos. Tendo iniciado sua vida profissional aos onze anos o que impossibilitou continuar os estudos, aos 21 anos, em seis meses fez o chamado curso de maturidade, aos 26, ingressou por vocação na Faculdade de Filosofia, ingressando, posteriormente no magistério onde lecionou durante alguns anos, para, posteriormente, dedicar-se a professor na mesma Faculdade em que se formou, ligado à Universidade Federal de Minas Gerais. A suposição baseia-se no fato de que o texto pode ser encontrado em duas obras. A primeira, em PRIMADO DO ESPÍRITO (2000;Lachâtre), próprio Romanelli , publicado inicialmente pelos fins da década de 50. A segunda, no livro PAZ E LIBERTAÇÃO , (1966; CEU), de Autores Diversos. A suposição prende-se no início da primeira transcrição onde o autor dirige-se ao destinatário “Meu filho”. Na segunda, o tratamento é omitido. Excetuando-se o título – na primeira QUANDO e na segunda MEDITAÇÃO e, o final da primeira em que se observa um parágrafo a mais, todo o resto é de profunda beleza. O teor da carta é o seguinte: - “Quando, nas horas de íntimos desgosto, o desalento te invade a alma e as lágrimas te afloram aos olhos, busca-me: “eu sou aquele que sabe sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas”.
Quando te julgares incompreendidos do que te circundam e vires que em torno de há indiferença, acerca-te de mim: "eu sou a luz, sob meus raios te aclaram a pureza de teus interesses e a nobreza de teus sentimentos!"
Quando você extinguir o ânimo para arrostar as vicissitudes da vida e te achar na iminência de desfalecer, chama-me: "eu sou a força capaz de remover-te as pedras do caminho e sobrepôrte às adversidades do mundo!"
Quando inclementemente você açoitarem os vendavais da sorte e se já não tiveres onde reclinar a cabeça, corre para junto de mim: "eu sou o refúgio em cujo seu seio encontrarás guarida para teu corpo e tranquilidade para teu espírito!..."
Quando te faltar a calma, nos momentos de maior aflição e te considerares incapaz de conservar a serenidade de espírito, invoque-me: "eu sou a paciência que te faz vencer as transes mais dolorosas e triunfar nas situações mais difíceis."
Quando você debate nos paroxismos da dor e tem a alma ulcerada pelos abrolhos, grite por mim: "eu sou o bálsamo que cicatriza as chagas e te minora os padecimentos!"
Quando o mundo te iludir com suas promessas falazes e perceberes que ninguém pode inspirar-te confiança, vem a mim: "eu sou a sinceridade que sabe corresponde à franqueza de tuas atitudes e à excelência de teus ideais!"
Quando a tristeza e a melancolia te povoarem o coração e tudo te causar aborrecimento, chama por mim: "eu sou a alegria que insufla um alento novo e te faz conhecer os encantos do teu mundo interior!"
Quando, um a um, te fenecerem os ideais mais belos e te sentires no auge do desespero, apela por mim: "eu sou a esperança que te robustece a fé e te acalenta os sonhos!"
Quando a impiedade recusar-se a relevar-te as faltas e experimentares a dureza do coração humano, procura-me: "eu sou o perdão que te levanta o ânimo e promove a reabilitação do teu espírito!"
Quando duvidares de tudo, até de tuas próprias convicções, e o ceticismo te avassalar a alma, recorre-te a mim: "eu sou a crença que te inunda de luz e entendimento e te habilita para a conquista da felicidade!"
Quando já não provaste a sublimidade de uma afeição terna e sincera e te desiludires do sentimento do teu semelhante, aproxima-te de mim: "eu sou a renúncia que te ensina a esquecer a ingratidão dos homens e a esquecer a incompreensão do mundo!"
E quando, enfim, quiseres saber quem sou, pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta, à flor que desabrocha e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda.
"Chamo-me AMOR, o remédio para todos os homens que te atormentam o espírito! Eu, sou JESUS!"
Meu
marido é uma boa pessoa, eu considero – comentou uma senhora – mas ele não tem
religião. Embora tenha sido criado numa família católica, ele diz que não tem
certeza de que a vida continua depois da morte. Eu venho lendo romances
espíritas e às vezes comento com ele. Ele diz que tudo é muito bonito, mas,
para acreditar, ele gostaria de ter uma garantia de que a vida continua.
Nós não podemos fazer nada para que seu
marido acredite na sobrevivência da alma, minha senhora. Só ele pode fazer
alguma coisa nesse sentido. Para isso, recomendamos que venha conhecer o
Espiritismo, que leia, pelo menos, as obras fundamentais da doutrina, de Allan
Kardec. Aliás, foi o próprio Kardec que tratou dessa questão, em O LIVRO DOS
MÉDIUNS, capítulo sobre “O Método”. Nesse capítulo, ele faz interessante
abordagem, de como devemos falar com as pessoas sobre o Espiritismo. A senhora
deveria ler esse capítulo com atenção e mais de uma vez. Quem sabe, a partir
dessa leitura, descubra alguma forma mais eficaz de tratar o assunto com seu
marido, já que vocês demonstram que sabem dialogar.
De resto, podemos dizer que o Espiritismo não
busca convencer ninguém de suas verdades, e também não quer que as pessoas o
aceitem sem exame. As pessoas devem ser livres na forma de pensar, mas cada uma
deve pensar pela própria cabeça. O Espiritismo, no entanto, se dirige, àqueles
que querem aprender, que têm interesse em conhecer suas propostas, em analisá-las
e tirar suas próprias conclusões a respeito, mesmo que seja para não
aceitá-las. Há pessoas, que se mostram bastantes interessadas em estudá-los;
outras, não. Kardec recomenda que devemos deixar em paz quem não se interessa
em nos ouvir.
A fé é uma conquista de cada um. Mas, para que
ela esteja firmemente assentada, é preciso ter uma base racional,
principalmente em relação às pessoas céticas – ou seja, àquelas que só se
convencem com provas. Para a Doutrina Espírita é preferível um cético sincero a
um crente mal informado. Muitas pessoas acreditam por acreditar, são levadas
apenas e tão somente pelos impulsos da emoção. Outras, porém, precisam de uma
base de razão: estas últimas são as preferidas pelo Espiritismo, porque
preenchem aquele princípio enunciado por Kardec, que diz o seguinte: “Fé verdadeira é somente aquela que pode
encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade”.
Contudo,
minha senhora, o mais importante para a Doutrina Espírita ( porque essa
é sua finalidade) nem é se a pessoa acredita ou não acredita no espírito. O
mais importante é a sua conduta moral, o seu caráter e sua visão humanista da
vida. Kardec deixa isso bem claro, n’O LIVRO DOS MÉDIUNS, quando afirma que o
fato de a pessoa acreditar nos Espíritos e reencarnação, de nada adianta, se
ela continua com seus defeitos morais e não se esforça para melhorar-se, na
convivência com seus irmãos de humanidade.


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